Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (12) indica que 49% dos brasileiros defendem que o país responda com tarifas altas aos produtos dos Estados Unidos, em reação à taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump às exportações brasileiras. Outros 43% são contrários à medida.
O levantamento foi feito entre 1 e 5 de agosto, antes da entrada em vigor do tarifaço, e ouviu 2 mil pessoas em 132 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Entre os que apoiam a retaliação, 33% concordam totalmente e 16% em parte. Entre os contrários, 30% discordam totalmente e 13% em parte.
O apoio à retaliação é maior entre eleitores de Lula (61%), moradores do Norte e Centro-Oeste (58%) e jovens de 16 a 24 anos (55%). Já a oposição à medida concentra-se entre eleitores de Jair Bolsonaro (56%), moradores do Sul (52%) e evangélicos (50%).
A pesquisa mostra ainda que 75% veem o tarifaço como uma ação política, enquanto 12% consideram ser questão comercial. Para 5%, trata-se de ambas as motivações. A percepção de cunho político é mais alta entre pessoas de 45 a 59 anos (80%) e moradores do Nordeste e Sudeste (77%).
Segundo o Ipsos-Ipec, houve desgaste na imagem dos EUA: 38% afirmam que a percepção sobre o país piorou após a medida, 6% dizem que melhorou e 51% não notaram mudança.
O levantamento aponta também que 68% defendem que o Brasil priorize acordos com outros parceiros, como China e União Europeia. Além disso, 60% acreditam que o embate com os EUA pode deixar o país mais isolado no cenário internacional, contra 32% que não veem esse risco.
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