O ex-deputado estadual do Pará Luiz Afonso Sefer ficou conhecido por seu envolvimento em um caso de estupro de vulnerável.
De acordo com o processo, Sefer abusou, durante quatro anos, de uma menina trazida de Mocajuba, no interior do nordeste paraense, para trabalhar em sua casa. À época, a criança tinha apenas nove anos.
O caso chocou o estado e ganhou repercussão nacional. No entanto, apesar da sentença de 21 anos de prisão, Sefer nunca foi preso.
Ao longo dos anos, a defesa do político utilizou sucessivas manobras judiciais, recursos e pedidos de revisão para postergar o cumprimento da pena.
Agora, a impunidade pode se consolidar de vez: Sefer completa 70 anos em setembro, o que pode abrir caminho para a prescrição penal, conforme previsto no Código Penal Brasileiro, que reduz o tempo necessário para a prescrição de crimes a partir dessa idade.
O caso é emblemático por unir duas esferas historicamente intocáveis no país: o poder político e a violência sexual contra crianças. A morosidade do sistema de Justiça e a atuação da defesa permitiram que, mesmo condenado, Sefer seguisse livre, sem cumprir um único dia de pena.
A sociedade civil e movimentos de proteção à infância seguem cobrando respostas. Enquanto isso, o caso Sefer se transforma em um símbolo da impunidade que favorece os poderosos, mesmo diante de crimes bárbaros e comprovados.
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