O jornalista brasileiro Paulo Figueiredo, radicado nos Estados Unidos há mais de uma década, voltou a denunciar nas redes sociais o que chama de perseguição política vinda diretamente do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um vídeo contundente, ele direciona sua fala ao ministro Alexandre de Moraes:
“Você não é macho? Você não diz que eu sou covarde por falar dos Estados Unidos? Então, já que está me investigando junto com o Eduardo Bolsonaro por obstrução de justiça, seja coerente: coloca o Donald Trump no inquérito também. Decreta a prisão preventiva dele e pede à Interpol que o inclua na difusão vermelha.”
Vale ressaltar que, mesmo vivendo legalmente na Flórida, Figueiredo foi inserido em 2019 na lista vermelha da Interpol, o que levou ao cancelamento do seu visto de jornalista e à sua prisão em um centro migratório norte-americano por 17 dias.
A fala de Figueiredo ironiza o que ele classifica como uma escalada autoritária do ministro Moraes, que estaria estendendo seus poderes para além das fronteiras brasileiras. O comentário acontece em meio a uma nova investigação no STF que envolve o nome do jornalista ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No mês passado, Figueiredo relatou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Estados Unidos os episódios que considera provas de uma perseguição com viés político.
O jornalista afirma que nunca foi formalmente acusado de qualquer crime no Brasil, mas foi submetido a medidas severas, como:
- Bloqueio de contas bancárias;
- Suspensão de redes sociais;
- Cancelamento de passaporte;
- Mandado de prisão sigiloso.
“O caso foi arquivado no Brasil depois que gastei mais de 1 milhão de dólares em defesa jurídica. Fui condenado ao exílio por reportar verdades incômodas, não por crime algum. E até hoje sequer fui formalmente acusado”, afirmou Figueiredo em seu depoimento ao Congresso americano.
Repressão transnacional
O relato chocou parlamentares norte-americanos. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos EUA classificou a situação como um grave exemplo de repressão transnacional, apontando diretamente para o ministro Alexandre de Moraes como responsável por uma série de medidas que, segundo eles, violam os princípios do devido processo legal e da liberdade de expressão.
O depoimento foi realizado durante um seminário do Congresso sobre violações de direitos humanos cometidas por governos estrangeiros contra pessoas legalmente residentes nos Estados Unidos.
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