O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com firmeza nesta quinta-feira (10) às recentes declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e às medidas comerciais adotadas pelos norte-americanos contra o Brasil. Em uma publicação assinada no Instagram, Lula afirmou que “o país não aceitará ser tutelado por ninguém”, em referência direta à tentativa de pressão exercida pelo governo norte-americano após a cúpula do BRICS realizada no Rio de Janeiro.
A tensão entre os dois líderes ganhou força depois que Trump, em discurso público e em suas redes, acusou o governo Lula de conduzir uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e anunciou um aumento nas tarifas sobre produtos brasileiros. A retaliação faz parte de uma nova política externa mais agressiva, que impõe sanções comerciais a países alinhados ao BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante a cúpula, que aconteceu nos dias 6 e 7 de julho, Lula defendeu maior independência geopolítica dos países do Sul Global e criticou “modelos autoritários de governança”. A fala foi interpretada por Trump como um ataque indireto à sua figura, o que resultou na imposição de tarifas adicionais de até 50% sobre importações brasileiras. O ex-presidente norte-americano também anunciou um pacote de sanções contra qualquer país que “persiga politicamente seus ex-líderes”, mencionando diretamente o Brasil no contexto do julgamento de Bolsonaro.
Em resposta, Lula enfatizou a soberania nacional e o papel do Brasil como liderança no cenário internacional. “O Brasil é um país soberano, com instituições fortes, e não aceitará ameaças nem tutelas de governos estrangeiros. A democracia e o Estado de Direito são valores inegociáveis”, declarou. O governo brasileiro também estuda medidas de reciprocidade comercial, com a possibilidade de aplicar tarifas equivalentes a produtos norte-americanos, como prevê a Lei de Defesa Comercial.
A crise diplomática entre os dois países ganha contornos mais amplos ao se aproximarem as eleições de 2026, tanto no Brasil quanto nos EUA. Lula busca consolidar sua imagem de estadista global em defesa de um mundo multipolar, enquanto Trump adota um discurso protecionista e combativo, mirando seu eleitorado mais nacionalista.
Nos bastidores, aliados do governo brasileiro avaliam que a postura de Trump é uma tentativa de interferência indireta na política nacional, ao defender Bolsonaro publicamente e atacar instituições brasileiras como o STF. O governo também conta com o apoio dos demais países do BRICS, que emitiram uma nota conjunta em defesa da soberania dos membros e condenaram sanções unilaterais como instrumento de coerção.
Enquanto isso, a oposição no Brasil tenta explorar o episódio politicamente, acusando Lula de colocar o país em rota de colisão com os Estados Unidos. Já apoiadores do presidente destacam que o Brasil não pode se curvar a pressões internacionais e deve manter uma política externa baseada no respeito mútuo e na cooperação multilateral.
A disputa promete se intensificar nos próximos meses, transformando a diplomacia internacional em mais um campo de batalha do cenário eleitoral de 2026.
veja o post:
https://www.instagram.com/p/DL7ZPOkOBnu/?igsh=YWZkNmV3ZW56dGM5
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