presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (9) que pretende aplicar uma nova tarifa contra o Brasil. A declaração foi feita publicamente pelo norte-americano durante compromissos oficiais em Washington.
No começo de 2025, Trump já havia ameaçado os países que integram o bloco dos Brics, entre eles o Brasil. Na ocasião, ele sinalizou que poderia estabelecer tarifas de até 100% para as nações que, em sua avaliação, não estivessem alinhadas com os interesses comerciais dos Estados Unidos. O posicionamento surgiu em meio às negociações entre os países do bloco sobre a criação de uma moeda comum para transações internacionais, com o objetivo de diminuir a dependência do dólar.
Segundo Trump, os novos encargos devem ser oficialmente anunciados até na quinta-feira (10). A fala ocorreu durante um encontro na Casa Branca com lideranças de países africanos, incluindo Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal.
“O Brasil não tem sido bom para nós. Nada bom, aliás. Vamos divulgar um número para o Brasil no final da tarde ou amanhã de manhã”, disse Trump ao ser questionado sobre as possíveis novas tarifas impostas ao país.
O presidente norte-americano não deu detalhes sobre quais setores da economia brasileira poderão ser impactados pelas medidas, tampouco esclareceu se haverá continuidade nas taxações de 20% aplicadas em abril sobre produtos brasileiros.
Um dia antes, Trump já havia confirmado tarifas adicionais para países ligados ao Brics, ou mesmo para nações que demonstrassem aproximação com o grupo. Segundo ele, o bloco representa uma ameaça direta aos interesses dos Estados Unidos, por ter sido, em suas palavras, “criado para desvalorizar o dólar”.
Enquanto adota uma postura firme contra o Brasil e o Brics, Trump também saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2022. Em sua rede social Truth, Trump afirmou que Bolsonaro “não é culpado de nada” e o classificou como vítima de uma “caça às bruxas”. O posicionamento repercutiu no Brasil e motivou o Itamaraty a convocar o encarregado de negócios da embaixada dos EUA após a nota da representação diplomática norte-americana reforçar o apoio ao ex-presidente brasileiro.
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