O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado uma onda de críticas após vir à tona que a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou um voo exclusivo para trazer ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção em seu país e beneficiada com asilo diplomático. A polêmica se intensificou diante da recusa do mesmo governo em custear o traslado do corpo da brasileira Juliana Ramos Marins, jovem que morreu durante uma expedição no vulcão Marapi, na Indonésia, no início do mês.
Nadine Heredia desembarcou em Brasília no último dia 16 de abril, em um voo da FAB autorizado pelo governo federal. A operação, no entanto, está envolta em sigilo: a FAB impôs restrição de cinco anos aos custos da missão, justificando que as informações seriam “essenciais para os planos e as operações estratégicas das Forças Armadas”. A decisão de ocultar os gastos públicos, especialmente em um caso que envolve uma figura estrangeira com condenação judicial, gerou indignação.
Parlamentares da oposição reagiram duramente. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) classificou como “inaceitável” o contraste entre o esforço do governo para trazer uma ex-primeira-dama estrangeira, condenada por corrupção, e a falta de ação para ajudar a família de Juliana, que enfrenta dificuldades financeiras para repatriar o corpo da jovem.
Já o senador Romário (PL-RJ) cobrou publicamente o Ministério das Relações Exteriores. Em discurso no Senado, ele pediu que o Itamaraty arque com os custos do traslado do corpo ou, alternativamente, com a cremação e transporte das cinzas ao Brasil.
A repercussão negativa nas redes sociais também cresceu nas últimas horas, com usuários acusando o governo de priorizar questões ideológicas em detrimento de responsabilidades humanitárias com seus próprios cidadãos.
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