O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) aprovou, nesta quarta-feira (25), a elevação do percentual de mistura do etanol na gasolina, de 27% para 30%. Também foi aumentada a proporção de biodiesel no diesel comum, de 14% para 15%. As novas regras entram em vigor a partir de 1º de agosto.
O Brasil deixará de ser importador e passará a ser exportador do combustível, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), porque produzirá excedente anual de 700 milhões de litros.
“Voltaremos a ser autossuficientes em gasolina, após 15 anos reduzimos a necessidade de importação do diesel. Isso é soberania energética”, afirmou.

De acordo com Silveira, a medida vai ajudar o Brasil a enfrentar períodos de incertezas, como o causado pela possibilidade do fechamento do Estreito de Ormuz, região marítima entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico que é via de transporte de 20% a 30% de todo o petróleo global.
“Estamos vencendo a batalha do preço dos combustíveis para mantê-los cada vez mais baratos na bomba. O Brasil se torna também mais preparado para enfrentar períodos de instabilidade geopolítica [escalada das tensões entre Irã e Israel]”, declarou.
A estimativa é de uma redução de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina C, sendo que, a economia pode chegar a R$ 1.800 para motoristas de veículos leves a cada ano, segundo o Ministério. Para o diesel, a estimativa é de economia de R$ 960 no mesmo período para os veículos pesados.
Em nota, a FPBio (Frente Parlamentar Mista do Biodiesel) informou que “celebra a decisão CNPE em confirmar o aumento das misturas de biodiesel e etanol para 15% e 30%” e que a decisão é um entendimento da necessidade de fortalecer a segurança energética e alimentar dos brasileiros.
“Em meio a tantas incertezas no cenário internacional, que afetam preços e causam instabilidade nos mercados, a decisão do governo brasileiro promove a soberania nacional, ao tempo em que garante a expansão de investimentos na ordem de R$ 200 bilhões; impulsiona a transição energética, reduz a emissão de gases estufa, além de estabilizar os preços da cadeia de proteínas.”.
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