O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de determinar nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que fugiu do país dias após ser condenada a prisão, decidiu pelo bloqueio imediato das contas da parlamentar em diversas redes sociais, assim como os perfis do filho da congressista, João Zambelli, e da mãe dela, Rita Zambelli.
O que aconteceu
Ministro determinou às empresas que gerenciam redes sociais o bloqueio dos perfis usados pela deputada. Ele solicita a Gettr, Meta, Linkedin, Tik Tok, X, Telegram e Youtube que bloqueiem canais ligados à deputada no prazo de duas horas —sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Ele cita na decisão fala da parlamentar dizendo ter transferido as redes sociais para sua mãe. Antes de anunciar sua fuga do Brasil, a deputada afirmou que passou o controle das redes a Rita Zambelli como forma de evitar que elas fossem derrubadas.
Em nota, Zambelli afirmou que as medidas de Moraes são um ataque aos familiares dela. “[Moraes] mandou também bloquear as contas da minha mãe, Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal. Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha”, disse. A deputada também chamou de “ilegal” e “autoritária” a ordem do ministro para prendê-la.
Parlamentar disse que poderia ser “silenciada”. “Fiz essa transferência porque, caso se confirme minha inelegibilidade, já há o risco real de que tentem me silenciar, inclusive nas redes”, afirmou. “Como minha mãe sempre foi ativa, firme e atuante, tomei essa decisão de forma transparente, responsável e absolutamente legítima”.
Alguns perfis passaram a ter o nome de Rita Zambelli após a parlamentar anunciar a fuga. Minutos após a decisão de Moraes, algumas redes mostravam o perfil como “página não disponível”.
Bloqueio de contas, passaporte e verbas e nome em lista da Interpol
Ministro pediu a inclusão do nome de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol. Ontem, a deputada disse que está nos Estados Unidos. Ela afirmou estar em Miami e planeja viajar para a Itália, país onde tem cidadania.
Moraes aponta que a prisão preventiva é a última medida possível, adotada quando não há mais alternativa. Zambelli, porém, demonstrou que pretende insistir em condutas criminosas, diz o ministro. Ele aceitou o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) protocolado ontem.
Ministro também determinou bloqueio de passaportes, contas bancárias, salário e quaisquer verbas de gabinete pagas pela Câmara à deputada. “Imprescindível, por fim, a decretação da medida cautelar real de sequestro e indisponibilidade de bens, direitos e valores da acusada, prevista no Decreto-Lei n. 3.240/1941, visando assegurar a reparação do dano, até o limite imposto pela condenação”.
Deputada está sem advogado constituído. Daniel Bialski, que representava Zambelli, deixou a defesa dela ontem, após a deputada anunciar que deixou o país. Em nota enviada à imprensa, Bialski disse que foi apenas “avisado” sobre a viagem de Zambelli e que deixaria o cargo “por motivos de foro íntimo”. Como ela não tem representante atualmente, Moraes nomeou a Defensoria Pública da União para defendê-la.
UOL
Comentários