Neste feriado, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) continua dormindo em um colchão colocado no chão do plenário do Conselho de Ética da Câmara, onde está desde a última quarta-feira (9). Ele também mantém, há mais de 190 horas, uma greve de fome em protesto à aprovação de um relatório que pede a cassação do mandato dele por quebra de decoro.
Segundo a última atualização sobre o estado de saúde do parlamentar, divulgada pela assessoria dele na noite de quarta-feira (16), Glauber está em boas condições de saúde. Ele segue apenas com hidratação com água e soro.
Na última pesagem, Glauber estava com 86,8 quilos, cerca de 5 quilos a menos do que na quinta-feira (10), quando as avaliações médicas começaram.
“O médico veio, fez o acompanhamento, e está tudo certo. Eu quase não parei neste dia, mas a solidariedade é o que está me dando força. Hidratei bem e não senti mais dor de cabeça”, garantiu Glauber, na quarta-feira.
A equipe do deputado apresentará na próxima terça-feira (22) um recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra o Conselho de Ética da Câmara. Terça-feira é a data-limite para protocolar a petição, e a perspectiva é que o núcleo jurídico que apoie o deputado conteste a legalidade do processo de cassação — alegando, inclusive, suspeição do relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).
Aliados do parlamentar alegam que a punição é “desproporcional”.
Neto de Rubens e Eunice Paiva visita Glauber
Glauber Braga vem recebendo visitas de solidariedade de ministros, parlamentares e representantes de movimentos sociais. Na quarta-feira, Chico Paiva, neto de Rubens e Eunice Paiva, visitou o deputado federal no plenário 5 da Câmara.
“Eu vim prestar aqui minha solidariedade ao deputado Glauber, que está sendo vítima de um processo absolutamente injusto, uma tentativa de cassação do seu mandato. Esse é um processo que não interessa apenas ao campo progressista, ao campo da esquerda, mas é uma defesa da democracia”, disse Chico Paiva.
Para ele, a situação abre um precedente perigoso para a democracia. “É um precedente perigoso pra todos os políticos que estão aqui de que incentiva as pessoas a inflamarem as suas militâncias pra perseguirem seus adversários políticos a fim de provocar alguma reação”.
“Eu que sou neto de um deputado que teve seu mandato injustamente cassado, acho que é um ato simbólico a gente defender os companheiros que estão sofrendo no mesmo tipo de perseguição”, afirmou Chico Paiva.



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