Os contratos de publicidade de ministérios, bancos e estatais no governo Lula (PT) podem atingir R$ 3,5 bilhões neste ano, com a conclusão de licitações abertas para a seleção de agências de propaganda.
A expansão ocorre em meio à tentativa do presidente de reverter a queda de popularidade de sua gestão. Em janeiro, Lula modificou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) após críticas ao desempenho da pasta. O governo busca ampliar a divulgação de programas como Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e Mais Acesso a Especialistas, do Ministério da Saúde.
Órgãos públicos federais justificam o aumento dos contratos de publicidade como forma de melhorar a transparência e promover informações sobre políticas públicas e ações de ministérios e estatais.
Principais contratos de publicidade
A previsão total de gastos com publicidade considera 21 órgãos federais com contratos firmados ou licitações em andamento. Entre eles, quatro processos de contratação somam cerca de R$ 700 milhões.
A principal licitação em disputa é a dos Correios, com um contrato de R$ 380 milhões. A estatal não investia em publicidade desde 2019 e agora busca reposicionar sua marca e competir no mercado nacional de encomendas e logística, incluindo concorrência com multinacionais do setor.
O contrato dos Correios só perde em valor para os do Banco do Brasil (R$ 750 milhões), Secom (R$ 562,5 milhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 468,1 milhões). A Infraero prevê um investimento menor, de R$ 7 milhões por ano.
No final do governo Jair Bolsonaro (PL), os contratos de publicidade dos órgãos federais totalizaram cerca de R$ 2,5 bilhões, considerando valores corrigidos pela inflação. Essa quantia incluiu contratos da Eletrobras e da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), privatizadas em 2022.
A previsão de gastos com publicidade geralmente supera o valor efetivamente desembolsado, que depende da demanda e dos planos de propaganda de cada órgão. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, por exemplo, destinou R$ 90,3 milhões para publicidade em 2024, embora seu contrato preveja despesas de até R$ 120 milhões anuais.
Expansão de investimentos em publicidade
Além dos Correios, outros órgãos ampliaram investimentos no setor. O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) firmou recentemente um contrato de R$ 40 milhões, distribuído entre duas agências. O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) celebrou um acordo de R$ 10 milhões.


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