Parte do grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos para o Brasil relataram maus-tratos no trajeto entre os EUA e Manaus (AM), onde chegaram algemados na noite da última sexta-feira (24). Depois da primeira parada, eles foram transportados por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) até Belo Horizonte, onde pousaram na noite do sábado (25).
Na chegada a Belo Horizonte, alguns dos brasileiros deportados disseram que o avião passou por problemas técnicos durante o voo e operou com problemas em uma turbina. A aeronave teria ficado parada no Panamá por cerca de três horas devido a um problema no motor, período em que alguns dos brasileiros disseram ter ficado dentro da aeronave sem ar-condicionado.
Em um vídeo publicado pela Folha de S.Paulo na chegada do voo a belo Horizonte, alguns dos brasileiros deportados afirmaram que os agentes norte-americanos resistiram em liberar os passageiros a irem ao banheiro e parte do grupo, inclusive mulheres e crianças, passaram mal com calor e falta de ar. Houve também relatos de que os passageiros não tiveram acesso a comida e dificuldade em acessar água.
“Eles bateram na gente algemado e não cometemos crimes. Nos deixaram algemados a viagem inteira. Estava calor, havia crianças e mulheres, todos morrendo de calor”, disse Vitor Gustavo da Silva, de 21 anos.
Outros passageiros também relataram agressões. Segundo a Folha, vários deles denunciaram agressões na chegada e, inclusive, exibiram marcas das algemas no pulso e lesões nas costas em função das supostas agressões. Elas teriam ocorrido devido aos protestos dos brasileiros em função da situação de calor e falta de água.
O governo federal classificou como uma “operação de resgate” a ação que retirou algemas de brasileiros deportados dos Estados Unidos na chegada a Manaus, antes de se mudarem para o avião da FAB Os relatos recebidos pelo governo Lula já indicavam indicavam maus-tratos no voo.
O Itamaraty diz que precisará tomar providências para evitar situações semelhantes em futuras repatriações. O Ministério da Justiça determinou a retirada das algemas e a Polícia Federal executou a medida, enfatizando o desrespeito aos direitos dos cidadãos.
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