A secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, rebateu queixas de professores contratados sobre baixo salário e proibição de se ausentar do trabalho para acompanhar filho durante consulta médica. Os comentários foram feitos durante uma live realizada nessa quinta-feira (24/10), com toda a rede de ensino estadual.
Um dos profissionais reclamou que o problema referente à remuneração não era “sobre aumento, mas sobre passar fome”. A gestora da pasta, então, retrucou: “Aí tem que deixar o serviço. Está passando fome? Tem que achar um trabalho que ganha mais, porque na educação você já entrou sabendo quanto seria seu salário.”
Em outro momento, um professor reclamou que os profissionais contratados, sem concurso, não podem acompanhar o filho no médico. Fátima respondeu que ele “não é obrigado a trabalhar, não”.
“Se você for contrato e você acha que tem que ter emprego que te libera para ir ao médico, você precisa sair, porque a lei é federal”, afirmou a secretária. A gestora interrompeu a resposta e, se dirigindo a alguém que estava na sala presencialmente com ela, disse: “Não adianta mandar eu parar, vou terminar”.
Os vídeos têm repercutido negativamente entre a categoria. O coordenador do Observatório do Estado Social Brasileiro, Tadeu Alencar Arrais, disse que as falas da secretária são “pedagogia sádica”.
“Não há como ficar em silêncio diante de tanta indiferença. Os professores e professoras, muitos deles nossas alunas e alunos da UFG [Universidade Federal de Goiás], UEG [Universidade Estadual de Goiás], PUC [Pontifícia Universidade Católica] e tantos outros locais de formação, clamam por atenção. Estão sozinhos. Que estado é esse em que as instituições, universidades, sindicatos, partidos políticos, observam, em silêncio, o acumulo de insultos destinados aos professores e professoras”, afirmou Arrais, em carta publicada nas redes sociais.
A coluna acionou a Secretaria de Educação de Goiás sobre o episódio, mas não obteve resposta. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Comentários