A historiadora trans Tertuliana Lustosa se pronunciou após a repercussão de sua performance controversa, realizada nesta quinta-feira (17) durante uma palestra na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Em entrevista, Tertuliana afirmou que “não é a primeira vez que causa comoção” e defendeu a ação, argumentando que “as pessoas não entendem a produção de conhecimento.”
A performance, que gerou ampla discussão nas redes sociais, faz parte do livro escrito pela própria historiadora. Intitulada “Educando com o C…”, a ação foi apresentada durante o I Encontro de Gênero do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (GAEP), um evento acadêmico promovido pela UFMA entre os dias 16 e 18 de outubro. O encontro visa discutir temas relacionados ao gênero, diversidade e tendências contemporâneas na América Latina e no Sul Global.
O evento foi patrocinado por recursos públicos, incluindo fundos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PGCULT) e do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia.
No vídeo amplamente compartilhado na internet, Tertuliana aparece inicialmente sentada em uma mesa durante a palestra, mas logo sobe em uma cadeira, levanta o vestido, exibindo partes íntimas, e finaliza a performance com a frase: “Educando com o C…”, recebendo aplausos de parte do público presente no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH), no Câmpus Dom Delgado, na UFMA.
A performance, que dividiu opiniões, provocou tanto críticas quanto defesas nas redes sociais. Enquanto alguns questionam a pertinência da ação em um espaço acadêmico financiado por recursos públicos, outros defendem a liberdade artística e a diversidade de formas de expressão no meio acadêmico.
Tertuliana Lustosa, também é vocalista da A Travestis e ganhou liminar garantindo o direito de fazer a cirurgia de redesignação sexual pelo plano de saúde. O processo da pesquisadora e artista vinha correndo na Justiça desde novembro do ano passado.
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