Neste domingo (25), completaram-se dois anos de bloqueio contínuo dos perfis de rede social do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, em decorrência de operação policial contra oito empresários por conversas em grupo de WhatsApp vazadas pelo portal Metrópoles. A operação foi feita no Inquérito 4.874, conhecido como “Inquérito das Milícias Digitais”, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Nas conversas, alguns dos outros empresários tinham manifestado opinião favorável a um golpe de Estado no Brasil. Hang negou ter feito comentário do gênero, informação mais tarde confirmada à Gazeta do Povo pelo jornalista Guilherme Amado, autor da reportagem.
Apesar disso, o ministro Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio dos perfis de Hang nas plataformas Facebook, Instagram, Tiktok, Twitter (atual X) e YouTube, sob o argumento de ser “necessária, adequada e urgente a interrupção de eventual propagação dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.
Os perfis de Hang então bloqueados eram novos perfis criados pelo empresário, após as contas originais terem sido bloqueadas, também pelo ministro Alexandre de Moraes, em maio de 2020, no Inquérito 4.781 (“Inquérito das Fake News”).
Considerados em conjunto, os bloqueios dos perfis do empresário já duram quatro anos. À época, a decisão original também não citava nenhum conteúdo específico que Hang tivesse efetivamente postado nos perfis bloqueados, fazendo remissão genérica a um relatório constante nos autos, cujo conteúdo está ainda hoje sob sigilo.
Moraes também ordenou o bloqueio do perfil de Instagram do empresário José Koury, dono do Barra World Shopping, que teria dito, no grupo de WhatsApp, preferir um golpe de Estado à volta do PT.
Na decisão do ministro Moraes e na representação da Polícia Federal que lhe deu origem, não consta informação de que Koury ou Hang tenham usado os perfis em redes sociais para fazer publicações ilícitas.
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