O apartamento do empresário Jamil Silva Amorim, investigado por um esquema milionário de extração e exportação ilegal de manganês no município de Marabá, no Pará, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. Avaliada em quase R$ 30 milhões, a carga foi apreendida no Porto do Itaqui, de onde seria transportada para a China.
Jamil Silva Amorim, proprietário de uma mineradora, é apontado como líder de um grupo de empresas envolvidas na operação ilegal. A investigação aponta que, após a retirada do manganês de áreas não autorizadas, houve a chamada “lavagem” ou “esquentamento” do minério, ou seja: documentações foram fraudadas para simular que a extração ocorreu em área licenciada, supostamente, emitidas pela Secretaria da Fazenda (Sefa).
A investigação revelou que a origem declarada do manganês seria uma mina localizada em Marabá, pertencente à empresa Três Marias. No entanto, a mina nunca foi explorada pela mineradora, sendo apenas utilizada para registrar a saída do minério na Sefa. As notas fiscais emitidas indicam que o manganês é extraído dessa área, mas as evidências apontam para um esquema fraudulento.
Após a Agência Nacional de Mineração (ANM) emitir um laudo afirmando que a empresa de Jamil nunca explorou a área licenciada em Marabá e estava exportando manganês de origem ilegal, o servidor público responsável pelo laudo foi exonerado do cargo no final de junho, aparentemente por expor a verdade dos fatos e a engenharia da fraude.
A mina a céu aberto na vila de Capistrano, em Marabá, continua sendo apresentada como a origem do minério, com a emissão de mais de 2.000 notas frias só no mês de março de 2024. No entanto, segundo as autoridades, a principal fonte de manganês ilegal que abastece a empresa de Jamil seria a área conhecida como “Cega Segue”, a famosa mina do “Dão”, localizada em Marabá, nas proximidades de Capistrano de Abreu.
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