Pelo menos 35 palestinos foram mortos neste domingo (26) durante um ataque israelense em uma área destinada a deslocados em Rafah, na Faixa de Gaza, conforme relatado pela agência Reuters. Além das vítimas fatais, dezenas ficaram feridas. As explosões causaram incêndios em tendas de ajuda humanitária no local.
Este ataque marca o segundo dia consecutivo de operações militares israelenses na região.
Israel afirmou que o alvo do ataque aéreo era um complexo do Hamas em Rafah, e que os locais atingidos eram “legítimos sob as leis internacionais”. Em comunicado, o governo israelense mencionou que os alvos foram “definidos com base em informações precisas”, que indicavam o uso da área pelo grupo terrorista. Israel também reconheceu que houve civis feridos e está analisando o incidente.
A organização Médicos Sem Fronteiras relatou que pelo menos 15 mortos foram levados para um de seus pontos de apoio e pediu um cessar-fogo imediato em Gaza.
Na sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça, o mais alto tribunal da ONU para disputas entre Estados, ordenou que Israel suspendesse todas as operações militares em Rafah. Embora a decisão seja obrigatória, o tribunal não possui meios para forçar o cumprimento.
A corte também determinou que Israel permitisse a entrada de ajuda humanitária pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito, e garantisse o acesso de observadores externos.
Em resposta à decisão da Corte Internacional, o governo de Israel classificou as alegações como “falsas, ultrajantes e nojentas”, afirmando que a campanha militar não visa à destruição da população civil palestina em Rafah.
O Hamas, por sua vez, acolheu positivamente o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza e prometeu cooperar.
Com a ordem judicial, caminhões com ajuda humanitária vindos do Egito começaram a entrar na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel, segundo informou o canal egípcio Al-Qahera News.
Duzentos caminhões seguiram do lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah, fechada desde o início de maio, até a passagem de Kerem Shalom, localizada a quatro quilômetros de distância, conforme relatado pela emissora.
O Egito se recusa a coordenar a entrega de ajuda humanitária por Rafah enquanto o controle do lado palestino estiver nas mãos das tropas israelenses.
Toda a ajuda proveniente do Egito é inspecionada pelas autoridades israelenses e distribuída com a coordenação da ONU.
Ainda neste domingo, o Hamas lançou foguetes contra Tel Aviv, em Israel, ativando as sirenes de alerta pela primeira vez em quatro meses. As forças militares israelenses relataram que pelo menos oito foguetes foram disparados na região de Rafah, no sul de Gaza, e que vários foram interceptados.
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