Ao relançar a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, o presidente Lula (PT) abordou o calote da Venezuela durante seu primeiro mandato e criticou os impactos da Operação Lava Jato na Petrobras ao longo dos anos.
A colaboração planejada nas obras iniciadas em 2005 com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, falecido em 2013, nunca se concretizou. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), essa indefinição resultou em prejuízos significativos para a Petrobras, apesar da negação da empresa. A refinaria foi apelidada de “mais cara do mundo”, com custo aproximado de R$ 100 bilhões.
Lula reconheceu que a Venezuela, seu aliado político, “nunca colocou um centavo” na obra, mas não demonstrou arrependimento, justificando a intenção inicial de uma parceria para refinar petróleo brasileiro e venezuelano, embora as estatais não tenham chegado a um acordo.
“A Petrobras e PDVESA [estatal de petróleo da Venezuela] eram duas noivas bonitas, muito grandes, e nunca concordaram com nossa ideia [dele e do Chávez]. […] Não cumprimos porque cada um tem de defender os interesses das suas empresas, do seu país. O dado concreto é que nunca o Chávez colocou um centavo aqui.” disse Lula sobre o calote da Venezuela.
Em meio à confusão, a refinaria foi parcialmente inaugurada em 2014, na gestão Dilma Rousseff (PT), com um custo muito superior ao previsto inicialmente. Apesar disso, Lula argumentou que a construção exclusivamente pela Petrobras foi a melhor opção, considerando a complexidade do petróleo venezuelano.
O ex-presidente também criticou fortemente a Operação Lava Jato, alegando que seu foco não foi combater a corrupção, mas prejudicar a Petrobras.
“Eu tive as contas dos meus oito anos de governo aprovadas. Somente 5 anos depois começou o processo de denúncia contra a Petrobras. Na verdade, não era contra a Petrobras. Se quisesse apurar corrupção, você apura. Se o Jean Paul roubou, manda embora e manda para a cadeia. O que não pode é punir a soberania de um país como o Brasil e sua empresa mais importante, que é a Petrobras.”
Lula, sobre Lava Jato.
Lula ressaltou que a Lava Jato criou um ambiente de perseguição aos funcionários da Petrobras, exemplificando situações em que foram chamados de ladrões devido às camisas identificativas. Ele questionou a natureza das acusações, apontando para uma estratégia de destruição para ganhar disputas.
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