O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque ocorrido em Kerman, no Irã, resultando na morte de 84 pessoas durante uma cerimônia em memória de Qassem Soleimani, falecido há quatro anos, vítima de um ataque perpetrado pelos Estados Unidos em 2020.
A declaração, transmitida através de um canal associado ao grupo no aplicativo Telegram, coincide com a versão apresentada pelos Estados Unidos, que negaram envolvimento no ataque, mas observaram semelhanças com táticas associadas ao grupo.
Durante o dia, autoridades iranianas levantaram a possibilidade de envolvimento dos EUA e de Israel nas explosões, que ocorreram após um ataque com drones em Beirute, Líbano, que resultou na morte de um líder do Hamas. Esses eventos geraram preocupações sobre a escalada de conflitos entre Hamas e Israel na região.
O Estado Islâmico não divulgou as razões por trás do ataque nem apresentou evidências concretas, mas sua rivalidade com Soleimani e oposição ao governo atual do Irã são conhecidas. Sendo composto por radicais sunitas, o Estado Islâmico contrasta com os muçulmanos xiitas, que estão no poder no Irã.
Grupos apoiados por Teerã, como Hamas e Hizbollah, também seguem a vertente xiita.
O ataque, ocorrido na quarta-feira (3), foi realizado por duas explosões próximas ao túmulo de Soleimani, no cemitério de Kerman, a aproximadamente 800 quilômetros de Teerã. Além das vidas perdidas, houve 211 pessoas feridas, de acordo com serviços de emergência locais.
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A primeira explosão ocorreu cerca de 700 metros do túmulo do general, seguida por outra em um local próximo às equipes de emergência já presentes, conforme relatos das autoridades locais.
Após o ataque, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, não identificou os responsáveis, mas condenou o ato como obra de “inimigos malignos e criminosos da nação iraniana”.
Esse não foi o primeiro incidente reivindicado pelo Estado Islâmico no Irã, tendo o grupo assumido a autoria de um atentado em 2022 que ceifou 15 vidas em um santuário xiita.
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