Representando 14 povos indígenas do Baixo Tapajós (PA) na COP 28 em Dubai, Auricélia Arapiun, liderança do povo Arapium e coordenadora do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (Cita), deixou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) em uma saia justa.
Na última segunda-feira(4), durante os debates da mesa “Desafios e oportunidades na geração de energia para a Amazônia brasileira” Auricélia disparou: “Como o governador tem coragem de chegar em eventos internacionais e falar que o Estado do Pará é exemplo de políticas ambientais, se o Pará continua sendo o campeão de desmatamento e queimadas florestais? Esse Pará que o Helder descreve para o mundo não existe”, declarou a indígena.
O debate na mesa girava em torno das falhas do Governo do Pará quanto à crise social e ambiental agravada pela seca na região quando Arapiun começou a relatar a realidade que segundo ela, é maquiada por Helder Barbalho Brasil a fora.
“Nós estamos vivendo uma crise humanitária na região do Tapajós, e o governador sequer criou um comitê de crise para dar apoio às comunidades que foram isoladas por conta da seca dos rios”, disse Auricélia Arapium.
A indígena também revelou as dificuldades em fazer uma interlocução com o governador em Belém: “A gente não consegue falar com o Helder no Pará. A gente tem que atravessar o mundo, vir para um evento internacional, para sentar em uma sala com ele e ter a oportunidade de ser ouvida. Então, quero aproveitar cada oportunidade que tiver aqui. Os povos indígenas do Pará querem participar dos preparativos da COP e das construções de políticas do Estado“, disse Arapiun.
A indígena paraense também citou outros problemas graves que, segundo ela, são esquecidos pelo governo do estado; “Nossa região é esquecida pelo poder público. Sofremos com queimada, seca, garimpo, contaminação do rio, ameaça de hidrelétricas. Isso precisa mudar se o Estado quer ser exemplo“, disse ela.
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