Nesta terça-feira (26), O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou da cerimônia de assinatura do decreto que institui a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde em que anunciou que o governo federal estima investir R$ 42 bilhões até 2026 para incentivar a produção nacional de itens prioritários para o SUS (Sistema Único de Saúde).
Uma parte do discurso de Lula, está chamando atenção e viralizando nas redes sociais. Em sua fala Lula afirmou que o brasileiro está comendo mais carne: “Vocês estão lembrados quando eu falava que o povo ia voltar a comer picanha? E hoje a gente já pode notar a quantidade de pessoas que fala para mim: ô presidente eu fui no açougue, está assim de gente comprando carne” disse Lula.
Nas web começou a circular diversos memes sobre a fala do petista que segundo internautas, não correspondem com a realidade.
O preço da carne no Brasil
Após disparar na pandemia, a inflação da carne bovina mostra sinais de alívio para o bolso do consumidor brasileiro este ano. O principal fator por trás do recuo nos preços é a maior oferta disponível em 2023 no mercado interno, afirmam analistas.
Segundo eles, produtores aproveitaram os preços em alta nos últimos anos para reforçar investimentos, o que gerou aumento da capacidade produtiva no país.
Com mais opções para o consumidor, a tendência é de que a carne bovina, assim como outros alimentos, fiquem longe da lista dos principais vilões da inflação em 2023.
De janeiro a abril, os preços das carnes registraram quatro baixas mensais consecutivas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A maior queda foi em fevereiro (-1,22%), e a menor, em abril (-0,45%).
“No caso da carne bovina, a questão é a maior disponibilidade de produto no mercado interno. Isso vai muito além do embargo às exportações para a China que ocorreram no primeiro trimestre”, explicou Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado. De janeiro a março de 2023, o abate de bovinos no Brasil cresceu 4,7% ante igual período de 2022, segundo o IBGE.
Preço vai, mas ainda é alto
Além da oferta maior, a pressão menor dos custos da alimentação animal também ajuda a explicar o contexto dos preços, segundo o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de ciências econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo ele, a expectativa é que os preços recuem mais um pouco para o consumidor ao longo do ano. Mesmo assim, não devem retornar aos preços praticados antes da pandemia, diz o professor. “É um preço que ainda é alto. Está baixando, mas não deve chegar ao pré-pandemia”, diz Bittencourt.
Em São Paulo (Capital), o valor médio do quilo da carne de primeira foi calculado em R$ 41,01 em abril, segundo pesquisa do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Esse preço ficou 2,4% abaixo do nível de dezembro de 2022 (R$ 42,01) e 11,2% abaixo do patamar de abril do ano passado (R$ 46,18).
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