O presidente Lula (PT) foi o primeiro presidente a discursar na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira (19), em Nova York. Em seu discurso, ele disse que o neoliberalismo faliu e foi substituído por um “nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”. Também defendeu Cuba e a Palestina e disse que a “extrema direita” está criando aventureiros que negam a política.
Lula usou um bordão de campanha dizendo: “a democracia venceu o ódio” e a “esperança mais uma vez venceu o medo” e alegou ter resgatado a “universalidade” da política externa brasileira. A fala foi uma referência a Bolsonaro, que deu menos ênfase à política externa em comparação ao atual mandato de Lula.
Ao se referir à direita e ao neoliberalismo, Lula falava sobre o atual contexto global de transição de uma economia neoliberal para um cenário em que grandes potências econômicas, como Estados Unidos e China, estão adotando práticas de protecionismo de mercado e usando a economia para atingir interesses geopolíticos.
Sem se referir ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que adotou práticas econômicas liberais em seu mandato, Lula disse que os governos precisam “romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas”.
“O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. O seu legado é uma massa de deserdados e excluídos. Em meio aos seus escombros, surgem aventureiros de extrema direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas. Muitos sucumbiram à tentação de substituir o neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”, disse.
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