O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse nesta segunda-feira (31) que o assassinato de um policial da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), baleado enquanto fazia patrulhamento no Guarujá (SP), merece “repúdio” e “repulsa”, mas acrescentou que “chama a atenção” uma reação que “não parece proporcional”.
Isso porque, desde sexta-feira (28), a Polícia Militar iniciou uma operação policial na Baixada Santista, que buscava prender o autor do assassinato, mas deixou diversos mortos. O governo de São Paulo afirma que foram registradas oito ocorrências com oito óbitos na Operação Escudo, enquanto a Ouvidoria das Polícias de SP fala em ao menos dez pessoas mortas, além da suspeitas de tortura e ameaça a moradores.
“Chama atenção fato de ter um terrível crime contra policial, que merece repudio e repulsa, e houve reação imediata que não parece, neste momento, ser proporcional em relação ao crime que foi cometido. Isso não é possível de afirmar agora, com 24 horas praticamente, por isso é muito importante garantir o principal: que investigações ocorram, conduzidas pelas autoridades do Estado de São Paulo”, disse.
O ministro afirmou que está “acompanhando” a situação, mas não vê necessidade de “intervenção” federal no caso. “Neste momento, o fundamental é garantir que haja essa investigação independente no Estado de São Paulo e não tenho dúvida que as imagens das câmeras [dos uniformes dos policiais] são fundamentais para esclarecimento do fato”, defendeu.
“Com certeza, as imagens das câmeras vão conseguir demonstrar se houve aquilo que o governo do Estado tem informado, ou seja, reação a ataques, ou se houve de fato descumprimento da lei”, ponderou.
Por fim, Dino explicou que o governo federal vai aguardar a apuração dos fatos. “Não podemos, no momento, fazer nenhum tipo de intervenção no Estado, ou qualquer tipo de presunção. Temos que respeitar as autoridades estaduais. Tanto o Poder Executivo, quanto Judiciário e MP, aguardam o que vão apurar. E, à luz do resultado da apuração, vamos tomar o posicionamento do governo federal”, acrescentou.
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