Nesta terça-feira (25), durante sua live semanal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a política de armas implementada por seu antecessor, Jair Bolsonaro. Lula ressaltou que tais medidas teriam sido adotadas com o objetivo de agradar o crime organizado, facilitando a venda de armas no Brasil.
“Por que cidadão quer pistola 9 mm? Por que ele quer? O que vai fazer com essa arma? Vai fazer coleção? Vai brincar de dar tiro?”, disse Lula. “Esse decreto de liberação de armas que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado. Quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro. Pobre não está conseguindo comprar comida. Então como é que as pessoas que trabalham vão comprar fuzil, rifle, pistola?.”
Além disso, o presidente defendeu a ideia de fechar clubes de tiro privados no país. “Eu sinceramente não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é empresário. Eu acho que tem que fechar quase todos [os clubes de tiro], só deixar abertos aqueles que são da Polícia Militar, do Exército e da Polícia Civil”, afirmou. “Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram preparar um golpe. ‘Sifu’. Nós, não. Nós queremos é preparar a democracia.”
Lula abordou o recente decreto que ele assinou, o qual visa aumentar o controle sobre a venda de armas, restringir a posse e o porte de armamentos de uso restrito, além de transferir a fiscalização dessas armas das mãos do Exército para a Polícia Federal, com o objetivo de garantir maior segurança em relação às armas nas mãos dos civis. O governo justificou essas restrições com o argumento de que uma boa parte das armas estava sendo desviada para o crime organizado.
De acordo com informações fornecidas pelo Instituto Sou da Paz, com base em dados da Lei de Acesso à Informação, foi registrado um aumento significativo no número de armas particulares em circulação no país, subindo de 1,320 milhão para 2,965 milhões durante o período de 2018 a 2022, que corresponde ao último ano da gestão Bolsonaro. No mesmo período, a quantidade de armas entre os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) também teve um crescimento considerável, passando de 350 mil para 1,261 milhão. Esses números apontam para uma relevante mudança no cenário das armas de fogo no Brasil.
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