O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias teria mandado para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) omitir do relatório enviado ao Congresso Nacional os alertas sobre a ameaça dos atos de vandalismo que ocorreram no dia 8 de janeiro.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Comissão de Atividades de Controle de Inteligência (CCAI) pediu ao GSI que encaminhasse para o Congresso um documento que continha informes da inteligência da Abin entre os dias 2 e 8 de janeiro.
No documento havia mensagens dirigidas para diferentes órgãos pelo WhatsApp. Porém não continha os informes direcionados ao general Gonçalves Dias.
Ainda segundo o jornal, o ex-ministro ordenou a omissão desses informes, sob o argumento de que essa troca de informações não ocorreu por meio de canais oficiais.
A agência era comandada à época pelo oficial de inteligência Saulo Moura da Cunha. Ele deixou o cargo em março e passou a atuar no GSI a partir de abril, durante a gestão de Dias. Depois, no dia 1° de junho, pediu exoneração.
Os 11 alertas sobre os atos golpistas enviados para o ex-ministro do GSI só chegaram ao Congresso Nacional no mês de maio, por meio de um novo relatório elaborado pela Abin.
Depois, no dia 9 de janeiro, a CCAI pediu o primeiro pedido de informação ao GSI. Em resposta, a Abin elaborou uma planilha com os materiais distribuídos pela agência por WhatsApp na época.
Vale informar que a decisão de omitir as informações competia ao general Gonçalves Dias, pois, de acordo com a lei que instituiu o chamado Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), os documentos produzidos pela inteligência da Abin devem ser fornecidos somente aos chefes do GSI.
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