Em depoimento ao Ministério Público de Goiás, os jogadores investigados na Operação Penalidade Máxima alegaram não ter conhecimento de que o esquema de manipulação é considerado crime. Segundo os depoimentos em vídeo aos quais o site UOL teve acesso, os zagueiros Victor Ramos e Kevin Lomónaco utilizaram desse argumento e disseram ao promotor não saber que conversar sobre apostas poderia configurar uma infração.
Todavia, o Código Penal, em seu artigo 21, deixa claro que ninguém pode ser poupado de ser punido em razão de desconhecer a lei. Por outro lado, no artigo 8o da Lei de Contravenções Penais, consta uma exceção a essa regra, pois há previsão de que, no caso de ignorância ou compreensão equivocada da lei, que possam ser justificadas, é possível deixar de aplicar a pena.
O depoimento do zagueiro Victor Ramos, que defendia a Portuguesa-SP e atualmente joga na Chapecoense, foi dado no dia 25 de abril, em ligação de vídeo com os promotores do caso. O defensor negou ter recebido qualquer favorecimento e garantiu que não sabia que conversar com os apostadores era considerado crime.
— Eu não sabia que conversar sobre apostas poderia ser crime. Eu sou muito leigo para isso, sou muito desligado para essas coisas, internet, não sabia que conversar sobre apostas vinha dar o que está dando em minha vida, esse tumulto, essa turbulência. Jamais esperava que isso ia acontecer em minha vida porque estava falando de apostas. — disse Victor Ramos.
Em nota oficial, publicada na semana passada, Victor Ramos negou o envolvimento em esquemas de manipulação de jogos de futebol brasileiro. O documento, assinado pelos advogados do jogador, foi divulgado nas redes sociais e nega qualquer envolvimento de Ramos com o esquema de apostas. De acordo com a defesa, “não houve aceitação ou recebimento de vantagem com a finalidade de manipular resultados ou provocar infrações”.
Fonte: O globo
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