O presidente Lula disse ser contra a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Manifestações. Segundo o petista, a iniciativa poderia criar “um tumulto”, além de “não ajudar” a chegar aos responsáveis.
“O que nós podemos investigar numa CPI que a gente não possa investigar aqui e agora?”, interpelou, durante entrevista à GloboNews, que foi ao ar na quarta-feira 18. “Nós estamos investigando, tem mil e trezentas pessoas presas. O que você pensa que a gente vai ganhar com uma CPI? Nós temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda. Nós não precisamos disso.”
Lula ponderou, porém, que a decisão é do Congresso, mas que, caso seja consultado, recomendará a aliados que não apoiem a iniciativa. A ideia de abrir uma CPI partiu do próprio PT, que chegou a recolher assinaturas no Congresso Nacional. A legenda, contudo, agora quer “cautela”.
Também o deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro Zé Dirceu, não apoia a CPI. Ao jornal Folha de S.Paulo, Zeca Dirceu. “Pode ser um elemento de confusão, desagregação e divisão”, observou o parlamentar.
Maior partido da Câmara e do Senado, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, já avisou que vai tentar enquadrar o governo petista caso uma CPI seja realmente criada. Integrantes da legenda têm falado em omissão dos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio.
“Já nos manifestamos que qualquer CPI tem que ser ampla porque a falha foi geral. A partir da próxima legislatura veremos”, disse o senador Carlos Portinho (PL-RJ), ex-líder de Bolsonaro no Senado.
Por ter as maiores bancadas nas duas Casas, o PL tem direito a indicar mais parlamentares para um eventual colegiado do que as outras siglas.
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