O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para cima a projeção da inflação em 2023. Projeção é de 4,9% para o ano que vem, o que deve ficar acima do teto da meta. A estimativa anterior do Ipea era de um IPCA de 4,7%.
A meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional, para 2023, é de 3,25% e a margem de tolerância é de 1,5% para cima ou para baixo. A alta na projeção tem a ver com mudanças na trajetória dos preços monitorados e também dos preços livres para o próximo ano.
O Ipea alerta que a deflação apresentada pelos preços administrados em 2022 deve ser revertida em 2023. Além disso, reajustes contratuais das distribuidoras de energia e das operadoras de planos de saúde devem pressionar a inflação do ano que vem, assim como uma recomposição das tarifas do transporte urbano nas cidades e estados brasileiros.
A perspectiva de queda no preço das commodities no mercado internacional e a normalização das cadeias produtivas que foram afetadas durante a pandemia devem impedir pressões adicionais sobre os preços dos bens industriais e alimentos no ano que vem. Inclusive, os alimentos devem ajudar a conter a inflação em 2023. Supersafra e clima mais equilibrado devem contribuir, como afirmou a pesquisadora do Ipea, Maria Andrea Lameiras.
“Para 2022, embora a previsão tenha se mantido em 5,7%, houve uma mudança de composição. Espera-se uma deflação ainda mais forte dos preços administrados e, em contrapartida, uma aceleração mais intensa dos preços livres, principalmente dos alimentos e serviços. Para 2023, a projeção também foi revista para cima, passando de 4,7% para 4,9%”, declarou a pesquisadora.
Comentários