O estado norte-americano de Nova Iorque decidiu, esta quinta-feira, banir a venda de cães, gatos e coelhos em lojas de animais, de forma a combater a a comercialização de bichos criados em instalações com condições desumanas. A medida foi tomada após denúncias de grupos de direitos dos animais.
A lei, assinada pela governadora Kathy Hochul, entrará em vigor em 2024, estabelecendo uma parceria entre as lojas e os abrigos, que poderão auxiliar na adoção de animais resgatados ou abandonados, diz a Associated Press (AP). Proíbe, além disso, os criadores de vender mais do que nove animais por ano. Contudo, não afetará quem vende animais nascidos e criados na sua propriedade.
“É muito importante. Nova Iorque tem tendência a ser um grande comprador e aproveitador dessas criações, e estamos a tentar cortar a procura no nível comercial”, apontou o senador democrata Michael Gianaris, atirando que a indústria da criação em massa trata os animais como “mercadorias”.
Ao proibir a venda de animais nos cerca de 80 pet shops de Nova York, as autoridades esperam interromper o fluxo de bichos de estimação de criadores comerciais que, segundo os oponentes, criam cães e gatos que costumam ser maltratados ou doentes e depois vendidos aos consumidores, selando com problemas veterinários imprevistos.
— Acabar com as fábricas de filhotes no estado de Nova York significa o triunfo da compaixão sobre os males inerentes a uma indústria cruel que busca lucros submetendo animais inocentes a tratamento bárbaro — disse a deputada Linda Rosenthal, democrata que patrocinou a legislação na câmara baixa.
As lojas de animais, por sua vez, consideraram que a legislação não terá efeito nos criadores fora daquele estado norte-americano, podendo levar ao encerramento de dezenas de estabelecimentos.
“Noventa por cento do nosso negócio é vender cães. Não vamos sobreviver a isto”, disse um comerciante, citado pela AP, complementando que a lei é injusta para com as lojas que trabalham com criadores responsáveis.
Já Lisa Haney, que cria cães hipoalergénicos em casa com a ajuda do marido, assegurou apoiar a legislação que, na sua ótica, fará com que os compradores fiquem mais cientes de onde é que vêm os animais.
“Se um consumidor visitasse uma ‘fábrica’ e visse as péssimas condições, não compraria esses animais”, disse. “Lidar com um criador permite que as pessoas vejam de onde vem o seu cão e elimina os intermediários, que servem como forma de ‘limpar’ as atrocidades que ali acontecem”, rematou.
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