A noção de que o projeto político do governador eleito Helder Barbalho se consolida cada vez mais como projeto de poder se confirmou ontem – para quem ainda alimentava dúvidas -, com a iniciativa do governador de reunir prefeitos, deputados estaduais e federais eleitos e deputados ainda em exercício no Hotel Grand Mercure, centro de Belém, em uma espécie de esforço de guerra para eleger o ex-presidente Lula à Presidência da República. O encontro teve a participação da vice-governadora eleita Hanna Ghassan, em três fases distintas: primeiro, com prefeito, depois, com deputados estaduais e federais eleitos e em seguida os não eleitos – e a previdente proibição de uso de telefones celulares.
No fundo, no fundo
Do lado de fora das paredes do hotel, na avenida Nazaré, para onde a notícia da reunião vazou através da uma rede social do deputado eleito Rogério Barra, filho do deputado federal também reeleito Eder Mauro, aliado do presidente Bolsonaro, com quem Lula disputa a presidência em segundo turno, a certeza era uma só, confirmando informações já veiculadas pela coluna: o esforço de Helder a favor de Lula atende à necessidade de o governador se cacifar no cenário nacional e junto a eventual governo Lula, para indicar o irmão, Jader Filho, a um ministério, dando sequência ao projeto que prevê permitir a Helder disputar a vaga hoje ocupada pelo pai, Jader, no Senado, em 2026, tornando o irmão candidato à sucessão ao trono no Pará. Esse é o plano.
Procissão de votos
O primeiro grupo – prefeitos – entrou para o encontro com Helder por volta das 10 horas; o segundo, de candidatos eleitos neste ano, depois das 13 horas. Candidatos derrotados nas eleições ficaram para depois das 15 horas – Ana Júlia, Ursula Vidal, Eliel Faustino, Cássio Andrade, Paula Gomes, Ozório Juvenil, Miro Sanova, Nilse Pinheiro, Nilson Pinto e Cristiano Vale. O prefeito Edmilson Rodrigues e senador em final de mandato Paulo Rocha também apareceram, como Beto Faro, o eleito.
Também estiveram presentes os deputados federais eleitos Elcione Barbalho, Renilce Nicodemos, Júnior Ferrari, Dilvanda Faro, Celso Sabino, Antônio Doido, Keniston Braga, Andréia Siqueira, Olival Marques, Airton Faleiro e Henderson Pinto, mas as ausências mais notadas foram as do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, a deputada federal mais votada do Pará e mulher dele, Alessandra Haber e do ex-prefeito Manoel Pioneiro. Além desses, não compareceram José Priante, Eder Mauro, Joaquim Passarinho, Delegado Caveira, Raimundo Santos e Vavá Martins.
Tempo de promessa
Quanto aos prefeitos, faltaram dedos para contar, mas sobraram promessas de melhores dias, inclusive para parlamentares não eleitos. Outra: a proibição de uso de telefones celulares embarrou na primeira dama do Estado, Daniela Barbalho, segundo suas redes sociais.