“Anne Frank tinha privilégio branco. Coisas ruins também acontecem àqueles que têm privilégios brancos.” Com esse tuíte, um usuário desencadeou uma série de ataques na rede social contra a garota, cujo nome alcançou os trending topics do Twitter na semana passada, nos Estados Unidos.
Nos posts, militantes da Teoria Crítica da Raça defenderam a tese segundo a qual Anne Frank e os judeus desfrutavam de um suposto “privilégio branco” na Alemanha nazista, apesar de 6 milhões deles terem morrido no Holocausto.
Em vigor em diversas escolas norte-americanas e britânicas, a Teoria Crítica da Raça ensina que “pessoas brancas” têm privilégios na sociedade, além de uma dívida histórica com a população negra e demais minorias raciais.
“Se fosse negra, ninguém ligaria para essa menina”, escreveu um ativista. “Ninguém está dizendo que os nazistas não perseguiram pessoas brancas, mas elas podem se esconder atrás de sua branquitude, enquanto nos Estados Unidos nazistas os negros não podem se esconder”, opinou outra pessoa.
Alguns sugeriram, inclusive, a deixar de comprar o Diário de Anne Frank, livro que a jovem escreveu durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 4 de agosto de 1944, o esconderijo onde Anne Frank vivia foi invadido por soldados nazistas: ela foi presa, interrogada e enviada para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau. Em Auschwitz, metade dos que chegavam ia diretamente para as câmaras de gás, e a outra metade era forçada ao trabalho escravo.
Três meses depois, Anne foi transferida para outro campo, em Bergen-Belsen. Lá, contraiu tifoide e morreu.
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