Há uma queixa recorrente no âmbito da Secretaria de Comunicação do governo do Estado: o controle absoluto das informações produzidas pelas assessorias de imprensa da máquina administrativa, que limita a ação dos profissionais de jornalismo a escrever textos tipo ‘chapa branca’ e trava a publicação de notícias geradas pelas secretarias e demais órgãos do Executivo. Essa prática, apesar de existir, é menos observada na Prefeitura de Belém.
Boa parte dos profissionais dos grupos de comunicação ligados ao governador Helder Barbalho goza de uma segunda remuneração trabalhando em órgãos públicos, principalmente na Funtelpa. Outra parte está lotada na Secretaria de Comunicação do governo, comandada por uma profissional cuja carreira se restringiu mais aos bastidores do que propriamente à linha de frente da profissão. Esse detalhe, por mais desagradável que seja, é peça de resistência em qualquer roda de jornalismo – não como um ‘levante’ contra a titular do cargo, mas como um ‘barreira’ na produção de informações livres.
Essa passa, essa não…
Como se sabe, o governador Helder Barbalho criou e mantém uma poderosa estrutura de mídia e tem por preferência ele mesmo postar nas suas redes sociais o que considera importante à administração. A Secretaria de Comunicação não chega sequer a ser um órgão auxiliar nessa área, atuando mais como órgão normativo. A retenção de informações produzidas pelas assessorias de imprensa pela direção da Secretaria virou praxe e parte do trabalho desses profissionais é deletada – restando para distribuição aos veículos de comunicação apenas o que o rigoroso ‘crivo’ permite: o material ‘chapa branca’.
Na vera, tudo tem limite
Como jornais, emissoras de televisão e a maioria dos blogs estão vinculados de alguma forma ao governo, nada é publicado sem passar pela peneira da Secom, o que limita as assessorias de comunicação das secretarias e outros órgãos de promoverem suas atividades de forma isolada e em tempo real, prejudicando o fluxo de notícias. Pior é que esse detalhe vem incomodando os próprios dirigentes de secretarias e órgãos afins. Na vera, na vera, mas reservadamente, as queixas têm saído com mais frequência dos gabinetes em véspera de eleição.