O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que vai pedir a abertura de uma CPI para apurar a relação entre o PT (Partido dos Trabalhadores) e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
“Diante da gravidade das denúncias apresentadas pelo operador do ‘Mensalão’, Marcos Valério, e de muitos outros indícios, informo que segunda-feira vou pedir a abertura de uma CPI para investigar a relação criminosa entre o PT e o PCC. O Brasil precisa de respostas”, afirmou o parlamentar nas redes sociais.
De acordo com uma revista semanal, o publicitário Marcos Valério, condenado no processo do mensalão a 37 anos de prisão, afirmou em sua delação à Polícia Federal que ouviu informações sobre a relação do PT com a facção por parte de um dos integrantes do partido na época.
A reportagem diz que um empresário do ramo dos transportes chantageava o então presidente Lula para não revelar detalhes de como funcionava o esquema.
A parceria teria começado na gestão do prefeito Celso Daniel, em Santo André (SP), sequestrado, torturado e morto em 2002. “O Brasil precisa de respostas”, escreveu Sampaio, no Twitter. “A união de brasileiros de bem é fundamental nesta luta contra a influência do crime organizado nos rumos do país.”
Segundo Valério, Celso Daniel tinha um dossiê detalhando quem, dos petistas, estava sendo financiado ilegalmente. “Essa denúncia precisa ser investigada com urgência e profundidade. Exigimos resposta”, publicou Carlos Sampaio.
Para ser criada, uma CPI na Câmara precisa do apoio de 171 deputados federais e de um fato determinado. Ainda assim, a palavra final é do presidente da casa, que vai analisar o requerimento e abrir a comissão no momento que julgar oportuno. A comissão tem prazo de 120 dias, prorrogável por mais 60 dias, e poderes de investigação como os de autoridades policiais. A CPI pode determinar diligências, obrigar testemunhas a comparecer à Câmara e pedir quebras de sigilo bancário e telemático.
Ligação do PT com o PCC
Condenado a 37 anos de cadeia por participar do mensalão, o publicitário Marcos Valério disse à Polícia Federal que o Partido dos Trabalhadores (PT) e a maior facção criminosa das Américas, o PCC, mantinham relações estreitas.
Em delação premiada à PF, o publicitário revelou que Ronan Maria Pinto, empresário do ramo dos transportes, chantageava o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para não revelar o segredo que comprometeria o partido: a existência de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar os petistas. Valério disse que soube da suposta chantagem contra Lula depois de conversar com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT.
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