O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) editou nesta semana uma norma que libera a telemedicina para cães, gatos, outros pets e também animais de grande porte. O relator da medida e conselheiro efetivo do órgão, Marcelo Teixeira, explica que as diretrizes buscam disciplinar uma prática que já ocorria informalmente e passa a ser permitida nesta sexta-feira (1º). Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também criou as regras para atendimentos a distância.
“Isso sempre existiu. O veterinário recebia um pedido para dar uma olhada em um animal por telefone, por foto ou vídeo e ficava constrangido de não responder. A gente até deu o apelido de ‘teleolhadinha'”, afirma o CFMV. Segundo ele, a percepção é de que essa prática ficou ainda mais popular durante a crise da covid-19. “Neste cenário de pandemia muita gente ficou com medo de sair de casa”, acrescenta.
O fato de não haver norma que disciplinasse a prática caracterizava infração ao código de ética da profissão, o que pode resultar em sanções que vão de desde a advertência à perda do registro. Não há punição especificada para cada irregularidade e quem avalia a gravidade de cada ato é o próprio conselho.
Publicada em 27 de junho no Diário Oficial da União, a resolução prevê que o atendimento pela telemedicina é permitido, desde que tenha havido atendimento presencial anteriormente com o mesmo médico veterinário. Para Teixeira, uma das melhores inovações da norma é a interconsulta, que permitir que os veterinários troquem experiências em casos complexos. “Alguém no interior de uma cidade com poucos recursos se depara como um caso complexo. Agora, ele (o profissional) poderá trocar ideias com médicos mais experientes e melhorar o diagnóstico.”
O membro do conselho, porém, destaca que a ida ao consultório veterinário ainda é a solução recomendada. “Continuamos acreditando que nada pode substituir o atendimento presencial, que a própria resolução o chama de padrão-ouro”.
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