O ator e diretor Wagner Moura irá participar do grupo de trabalho criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que acompanhará as buscas do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips no Amazonas. A decisão foi anunciada nessa terça-feira (14/6), durante a 62º Sessão Extraordinária.
O anúncio foi dado pelo ministro do STF Luiz Fux, que é presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que afirmou que o grupo deverá “acompanhar as ações que estão sendo executadas na busca dos referidos desaparecidos” e “propor medidas que visem a aprimorar a atuação do Poder Judiciário nas questões relacionadas.”
Segundo o CNJ, o grupo terá atuação no âmbito do Observatório do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e será composto pelo ator Wagner Moura, pelo fotógrafo Sebastião Salgado, pela antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e pela Juíza Auxiliar da Presidência do CNJ, Livia Cristina Marques Peres.
Segundo Luiz Fux, o desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira se tornou assunto nacional e internacional. “O episódio assumiu grande repercussão social e ambiental, inclusive em âmbito internacional, pois se relaciona a questões relativas à atuação do Estado na proteção de terras demarcadas e à preservação dos direitos fundamentais à identidade, cultura e tradição ancestral de povos indígenas isolados, sendo já objeto de diversas decisões judiciais proferidas, desde 2018, pela Justiça Federal no Amazonas, em ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pública da União, bem como pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na ADPF 709-DF”, disse.
O ministro também ressaltou a complexidade da situação e explicou que a criação do grupo de trabalho contribui na ação articulada dos órgãos do poder público. “O caso, além de impactar a prestação jurisdicional, envolve, ainda, questão premente de direitos humanos, na medida em que tangencia o resguardo da vida e da incolumidade física dos desaparecidos, reconhecidos por sua atuação em prol da proteção dos direitos dos povos indígena”, afirmou.
O investidor Leandro Ruschel questionou a escolha do ator e do fotógrafo. “Fux anuncia grupo de trabalho no CNJ para acompanhar buscas de indigenistas e jornalista no Amazonas. Entre os integrantes do grupo, estão Sebastião Salgado e Wagner Moura. O que essas figuras têm a ver com isso? O que o CNJ tem a ver com isso?”, escreveu.
Outro usuário do Twitter também questionou a escolha: “Alguém avise ao FUX que o WAGNER MOURA não é o Capitão Nascimento. Fux, ‘Tropa de Elite’ é só um filme, tá?”, avisou.
Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram na região do Vale do Javari, no dia 5 de junho.
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