Na Alemanha, uma pesquisa realizada apontou que pacientes solteiros ou que não vivem com os parceiros, correm mais risco de morrer caso tenha algum problema cardíaco. O estudo, apresentado no Heart Failure 2022, congresso da European Society of Cardiology (ESC), mostra que pessoas sozinhas tendem a ter menos confiança, o que pode dificultar o controle dos quadros de saúde.
“O apoio social ajuda as pessoas a lidarem com doenças a longo prazo. Os cônjuges podem ajudar na adesão à medicação, encorajar e ajudar a desenvolver comportamentos mais saudáveis, o que pode afetar a longevidade”, afirmou o Dr. Fabian Kerwagen, autor do estudo e líder da equipe científica do Comprehensive Heart Failure Center do Hospital Universitário de Würzburg.
No início, fatores como qualidade de vida, limitações sociais e autoeficácia foram medidos usando o Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City, projetado especificamente para pacientes com insuficiência cardíaca. A limitação social se refere à extensão em que os sintomas de insuficiência cardíaca afetam a capacidade dos pacientes de interagir socialmente, como praticar hobbies e atividades recreativas ou visitar amigos e familiares. A autoeficácia descreve a percepção do paciente sobre sua capacidade de prevenir descompensação da doença e gerenciar complicações. O humor deprimido foi avaliado por meio do Questionário de Saúde do Paciente.
Durante o período em que se foi acompanhado, 679 (67%) pacientes morreram. Os resultados mostraram que ser solteiro foi associado a maiores riscos de morte por todas as causas e também por problema cardiovascular, em comparação com ser casado. Pacientes viúvos apresentaram o maior risco de mortalidade, em comparação com o grupo casado.
Os resultados ainda mostraram que os pacientes solteiros exibiram menos interações sociais do que os pacientes casados e não tinham confiança para gerenciar sua insuficiência cardíaca. “Estamos explorando se esses fatores também podem explicar parcialmente a ligação com a sobrevivência”, completou o pesquisador.
Não houve diferença em relação à qualidade de vida geral ou humor deprimido entre pacientes casados e solteiros. No entanto, o grupo de solteiros teve pior pontuação em limitações sociais e autoeficácia – definido como a percepção do paciente sobre sua capacidade de prevenir exacerbações de insuficiência cardíaca e gerenciar complicações – em comparação com o grupo de casados.
O autor e líder da pesquisa, defende ainda a ideia de que os profissionais de saúde precisam considerar indagar ao paciente sobre seu estado civil. “Os profissionais de saúde devem considerar perguntar aos pacientes sobre seu estado civil e grupo social mais amplo. Após isso, devem recomendar grupos de apoio à insuficiência cardíaca para preencher lacunas. A educação é crucial, mas os profissionais de saúde também devem aumentar a confiança dos pacientes em suas habilidades de autocuidado”, concluiu.
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