O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Pará, ainda hoje integrante destacado do governo Helder Barbalho, Alberto Teixeira, acrescentou mais um item ao seu portentoso currículo profissional: ameaça de morte – ameaça de morte a um caseiro, fique claro desde já, funcionário da família dele há mais de 20 anos, segundo a Polícia de Mocajuba.
Alberto Teixeira é enrolado até o pescoço com a Justiça desde os tempos em que atuava como policial na região sudeste do Pará, mas teve o que parecia ser – parecia – seu pior momento no escândalo de compra de 4 mil litros de álcool em gel, com dispensa de licitação, por preço bem acima do praticado no mercado, provocando superfaturamento de R$ 152 mil.
Santo só ajuda para cima
Cada litro saiu por R$ 55, segundo denúncia do Ministério Público. Exonerado do cargo pelo governador Helder Barbalho, Alberto Teixeira inauguraria nesse ponto a incrível arte de “cair para cima”: foi nomeado – sem ser punido, nem ouvido e nem cheirado pela Corregedoria da Polícia – para a Secretaria de Direitos Humanos do Estado, sendo hoje presidente do Programa Terpaz. Na maior paz…
Vão-se os anéis, ficam os dedos
Não é hábito do governo Helder Barbalho mandar para o olho da rua auxiliares metidos em falcatruas. Sequer os tira de cena – como fazia o pai do governador, hoje senador Jader Barbalho: exonerava e deixava que respondessem pelos seus atos ilícitos, doesse a quem doesse. Helder, não. Para ficar apenas nos escândalos relacionados a desvios de dinheiro público durante a pandemia, quase todos os auxiliares envolvidos seguem gozando do poder sem pudor no governo, muitos deles com a mesma influência de quem ocupa o cargo.
“Vai sair vivo ou morto”
É o caso do ex-chefe da Casa Civil Parsifal Pontes, o cunhado que qualquer trombadinha gostaria de ter, o que faz “cair para cima”, como entenderão os bons entendedores. Mas, agora, o caso é de morte – já que os casos de Polícia envolvendo o ex-delegado deram em nada: Alberto Teixeira foi alvo de denúncia de um caseiro da família na Delegacia de Polícia de Mocajuba. O denunciante praticamente nasceu na propriedade, trabalha há mais de 20 sem carteira assinada e sem salário fixo e, segundo a denúncia, foi convidado a se retirar, ao que recusou, alegando “direitos adquiridos”, tendo ouvido como resposta do delegado a sentença mortal: vai “sair vivo ou morto”.
Veja o Boletim de Ocorrência na íntegra: