Nesta quarta-feira (27) a Polícia Civil do Espírito Santo apresentou conclusões da investigação sobre o jovem que acordou com a barriga aberta por um caco de vidro numa praia em Guarapari no início do ano, quando ele e a namorada usaram drogas alucinógenas, do tipo LSD, e passaram a noite na areia.
A polícia concluiu que o casal estava sozinho naquela noite e que o corte foi causado pela jovem, já considerada ré. O advogado dela, Lécio Machado, afirmou que vai entregar a resposta à acusação até o fim desta semana e minimizou a influência do encerramento do inquérito no andamento do processo.
‘Não tenho declaração quanto ao que a corporação falou’, disse a defesa da jovem. ‘Por um acaso, o código de processo civil diz até que é dispensável inquérito policial. Ele não precisa nem existir para que haja o processo criminal. Então é dispensável eu exprimir opinião nesse sentido. Eu vou entregar a resposta à acusação até o fim dessa semana, então só depois que eu vou me manifestar. Mas, de antemão, se da leitura do depoimento dele (o jovem que teve a barriga cortada), que é a vítima, ele é claro e contundente em dizer a todo momento que eles foram atacados por terceira pessoa, que não foi a Lívia que atacou ele. Não estou dizendo que é tese de defesa, mas ele já declarou na rede social, em vídeo e na polícia. Esse é um ponto que é indiscutível.’
O delegado Franco Malini, responsável pela investigação, diz que o corte provavelmente foi feito com um caco de vidro. “Um dos elementos que nos levaram a concluir é uma ligação que ela fez com a própria mãe. Tinha combinado um horário, porem não retornou. A partir de então a família começou a procurá-la. Somente 2h20 da manhã a mãe conseguiu contato com ela, ela atendeu, e foi quando a mãe relata que escutou a voz da filha, apenas, durante 50 minutos de ligação, e em alguns momentos escuta o rapaz falar ‘Praia do Ermitão’ e deduziu onde estavam”, diz.
O tipo de corte na mão da namorada sinalizava que ela teria realizado o ataque, não sendo ferimentos de defesa. “Apenas duas pessoas estavam no local e, de acordo com a legislação, devem colaborar com as investigações. Ambos dizem não se lembrar do que ocorreu”, diz o delegado.
Ele acrescenta: “O segundo ponto são as lesões que a menina apresenta na mão, lesões típicas de corte. Ela possivelmente deu soco no rosto do rapaz e fez o corte na barriga, por conta do corte que tem na mão”.
Os dois confirmaram para a polícia que usaram “quadradinho”, que seria LSD. Após isso, dizem que alucinaram e não se lembram do que aconteceu. Quando acordaram, ele estava com a barriga aberta.
A vítima, internada, não passou por exames periciais para análise toxicológica. A namorada teve amostra de cabelo coletada, mas o resultado do exame ainda não ficou pronto.
Na denúncia, é dito que Lívia agiu por motivos desconhecidos, motivada pelo uso de drogas. Ela vai responder por lesão corporal grave, com pena de dois a oito anos de prisão. Trecho da denúncia destaca que as lesões “determinaram a debilidade permanente do intestino delgado da vítima, deformidade permanente e fratura da cavidade nasal e seio maxilar”.
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