Caciques de regiões indígenas do Rio Grande do Sul estão impondo terror pela região a quem se opõe a um esquema de arrendamento de terras. Eles criaram milícias armadas e uma série de mortes e emboscadas foram registradas. As informações são do portal G1.
Um dos eventos ocorreu em janeiro deste ano, em Água Santa, quando uma escola virou trincheira em uma guerra interna na Reserva Indígena do Carreteiro. A situação foi vista também em outras localidades.
Mais de 15 mil hectares somam as terras que protagonizam os confrontos, no norte do estado, e boa parte delas é ocupada pela agricultura.
O motivo da violência são os arrendamentos, prática considerada ilegal e está no Estatuto do Índio. Agricultores alugam as áreas da reserva para o plantio de soja, trigo e milho.
COMO FUNCIONA O ESQUEMA
Alguns indígenas, em conversa com o Fantástico, explicaram como os caciques atuam: eles criam associações ou cooperativas de fachada para, supostamente, dividir o lucro dos arrendamentos ilegais com toda a aldeia.
Mas o que acontece de verdade é que todo o dinheiro fica nas mãos do cacique e a comunidade inteira passa fome, vivendo na miséria, segundo o procurador Filipe Andios.
O delegado Sando Luiz Bernardi explica que a formação de milícias privadas também é uma realidade. O cacique monta um grupo armado para defender seu poder do grupo opositor, que geralmente disputa a terra ou o dinheiro dos arrendamentos.
A Funai fez um levantamento mostrando que, em todo o país, há 22 áreas indígenas arrendadas, sendo três milhões de hectares destinados para o plantio de grãos, cana de açúcar e para a criação de gado. A compra desses produtos oriundos de terras indígenas financia a morte, a miséria das crianças e os conflitos indígenas.
Foto: Agência Brasil.
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